- Dr Gerson Bonorino
- Posts
- ✨Prescrição de Canabinóides: Cuidados Essenciais para um Tratamento Seguro e Eficaz🌿
✨Prescrição de Canabinóides: Cuidados Essenciais para um Tratamento Seguro e Eficaz🌿
Descubra as precauções indispensáveis para a prescrição de canabinóides. Saiba como manejar interações medicamentosas, ajustar doses e personalizar tratamentos com base no histórico clínico e farmacogenômico dos pacientes, garantindo segurança e eficácia na prática clínica. 🌿🩺
Sumário
💡Bem-vindo a nossa décima aula!!🌿Na aula de hoje aprenderás como prescrever medicamentos para os diferentes clientes, como os medicamentos reagem entre si, além de algumas recomendações que deve ter em mente antes de prescrever uma medicação🧬
Sem mais delongas, vamos à aula!!📚
Precauções antes de Prescrever Canabinóides para os Pacientes
→ Uma vez que a prescrição do medicamento contendo Canabinóide(s) está indicado iremos nos deparar com dois tipos de realidade:
• O Paciente não está em uso de medicação(ões) - raro
• O Paciente está em uso de outra(s) medicação(ões) – maioria dos casos
→ Como veremos na newsletter sobre farmacocinética dos Canabinóides, se o paciente está em uso de medicações devemos ter em mente que a reação predominante no metabolismo dos Canabinóides é a Oxidação por Isoenzimas do CYP450, sendo as principais:
• CYP3A4 • CYP2C19 • CYP2C9 • CYP2A1
→ Os Canabinóides podem induzir ou inibir a atividade de Oxidação das Isoenzimas do CYP450 com medicações convencionais e essas podem induzir ou inibir a Oxidação dos Canabinóides.
→ Porém mesmo que haja convergência da(s) medicação(ões) em uso verifique também se há convergência na reação de Oxidação nessas isoenzimas pois se a(s) medicação(ões) metabolizadas na(s) mesma(s) isoenzimas podem ser: Hidrolisadas, Desalquiladas, Conjugadas ou Isomerizadas tornando as temidas “Interações Medicamentosas” entre Canabinóides com outras medicações muito mais segura e manejável.
→ As interações medicamentosas devido a convergência no metabolismo das Isoenzimas do CYP450 são mais raras do que as interações por Sinergismo de Ação que pode ser positivo ou negativo.
→ Nas situações onde ocorre Sinergismo de Ação haverá convergência nas ações Farmacodinâmicas entre os Canabinóides e outras medicações mediadas pela ação Heterodimérica e Multimodal dos Canabinóides, como por exemplo:
• O CBD/Canabinóides incrementam - pelo Heterodímero PPARs – CB1,2 na Membrana Nuclear resultando, por exemplo em:
» Inibição da HMG CoA Redutase (Sinergismo com Vastatinas)
» Ação Agonista GLP1 e GP1 (Sinergismo com GLP1-A e GIP)
» Aumento da Leptina (saciedade) Redução da Grelina (fome)
• O CBD/Canabinóides – TRPs – Canais de Cálcio = Sinergismo Hipotensor
• O CBD/Canabinóides – TRPs – GABA-R, NMDA-R, Canais de Ca+ L e T = Sinergismo Anticonvulsivo
• O CBD/Canabinóides – RTK - mTOR – Quimioterápicos / HMCAb = Sinergismo Anti Tumoral

→ Caso o paciente esteja usando medicações SEM convergência metabólica na Oxidação dos Canabinóides nas Isoenzimas do CYP450 a principal precaução será observar o Sinergismo de Ação. Por exemplo: se o paciente está em uso de Vastatinas em doses altas (40 - 80mg) a co-administração com Canabinóides (em níveis terapêuticos) podem baixar o Colesterol Total e a fração LDL obrigando a uma redução na dose das Vastatinas.
→ Caso haja convergência no metabolismo entre os Canabinóides e os medicamentos em uso:
• A dose de Canabidiol/Canabinóides para começar a Induzir/Inibir o metabolismo é em torno de 40mg/dia até lá é possível manter outras a(s) medicão(ões) em uso.
• Doses de CBD/Canabinóides > 40mg/dia devemos iniciar a redução programada do(s) medicamento(s) tradicionais sincronizada com um aumento gradual de CBD/Canabinóides
Dicas Importantes antes de prescrever os Canabinóides
1) Sempre avaliem o histórico de alergias, hipersensibilidade ou intolerância dos pacientes com Temperos e Óleos Essenciais pois geralmente os Sintomas Gastrointestinais após a ingestão de CBD/Canabinóides são devido aos Terpenos e portanto não são causados pelos Canabinóides e nesses casos pode se prescrever Canabinóides combinados (ex. CBD + THC, CBD + CBG, CBD + CBN) ou isolados.
2) Levantar um Histórico minucioso sobre o(s) medicamento(s) com ou sem ocorrência de efeitos colaterais já utilizados podem fornecer pistas valiosas sobre o Perfil Farmacogenético do Paciente.
3) Perguntar se o Paciente já usou Cannabis p/ fins recreativos e qual a sua reação a fim de avaliar se o paciente é metabolizador de THC normal (Ok) ou lento (terá apresentado problemas Neuropsiquiátricos e comportamentais sérios).
4) Havendo dúvidas solicitar um teste Farmacogenômica p/ Cannabis pode fornecer dados cruciais para reduzindo muito os possíveis riscos administrar os Fitocanabinóides.
Nomeclatura: PPARs (Receptores Ativadores de Proliferação de Peroxissomos); CB1,2 (Receptores Canabinóides 1 e 2); GLP1-A (Glucagon Like Peptide 1 Agonist); GP1 (Peptídeo Insulinotrópico Glicose Dependente); RTK (Receptor da Tirosinokinase); mTOR (Mamalian Target of Rapamicine); HMCAb (Human Monoclonal Antibody); CBD (Canabidiol); THC (Tetrahidrocanabinol); CBG (Canabigerol); CBN (Canabinol).
Conheça o Doutor Gerson
Neuropsiquiatra, Psicoloimunologista, Clínico e Especialista em Biologia Molecular Celular. Há 27 anos prescritor de Canabidiol e um dos maiores especialistas em Sistema Endocanabinóide no Brasil.
Contate-nos por aqui
Ou ligue para o nosso telefone: +55 (51) 8968-8000